Tomemos um exemplo
ilustrativo bastante simplificado de um empresário que precisa investir um
total de $ 40 milhões em um empreendimento para que ele gere um lucro
operacional de $ 8 milhões anuais. Imagine que dos $ 40 milhões necessários
para o empreendimento o empresário dispõe de $ 10 milhões, tendo que captar os
outros $ 30 milhões no mercado a uma taxa de 12% ao ano.
Com essas informações podemos calcular o Retorno sobre o Investimento (ROI) e o Custo da Dívida (Ki):
Em posse das
informações de retorno sobre o investimento, custo da dívida e relação capital
de terceiros sobre capital próprio (P/PL) é possível calcular o grau de
alavancagem financeira em sua fórmula analítica, conforme desenvolvida por
Eliseu Martins:
Uma vez que o GAF é
maior do que 1, existe uma alavancagem financeira favorável. Ou seja, o
endividamento operando sobre a diferença entre a taxa de captação de recurso
pela empresa e o retorno de seu investimento, provoca um retorno sobre o
capital próprio 2,2 vezes maior que o retorno sobre o investimento.
O grau de alavancagem
financeira também pode ser calculado pela razão entre o ROE e o ROI, produzindo
o mesmo resultado, como pode ser visto abaixo:
Para uma demonstração
de como este empreendimento é capaz de aumentar o retorno através do
endividamento, podemos fazer o cálculo para ausência de endividamento e
compararmos com o cálculo anterior.
Digamos que o empreendedor
vendesse algumas propriedades e levantasse os $ 30 milhões para somar aos $ 10
milhões que já possuía e fazer o investimento de $ 40 milhões sem contratar
qualquer empréstimo. Neste caso o ROI seria igual ao ROE, e o GAF igual a 1,
não havendo potencial de alavancagem:
É possível observar a
redução no retorno do capital próprio de 44% para 20%.
Desse modo, o GAF, quando
favorável, representa o potencial que o endividamento tem de aumentar o retorno
sobre o capital próprio.
Apesar de o GAF ser um
indicador da viabilidade de se tomar empréstimos do ponto de vista dos retornos,
a decisão de tomar empréstimos não deve ser automática. Na análise do grau de
alavancagem em casos concretos é preciso incorporar a presença de impostos e
quando realizado seu cálculo através das demonstrações financeiras da empresa,
alguns cuidados como correção do balanço patrimonial, além de verificar a
capacidade de caixa da empresa são recomendados.
Veja também o artigo Grau de Alavancagem Operacional (GAO)
Veja também o artigo Grau de Alavancagem Total (GAT)
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